Ser solteira na cidade de São Paulo não é uma coisa fácil. Não é que faltem opções, pelo contrário - há uma enorme gama de machos soltos por aí nos inúmeros bares, baladas, restaurantes, e todos os outros tipos de casas de divertimento que a metrópole oferece. Também não vou culpá-los por não quererem nada da vida, tem muita gente que quer, só ainda não sabe muito bem o quê.
Na minha humilde opinião, como quase tudo que acontece atualmente, a culpa é do governo. Poderíamos, inclusive, juntar um batalhão de encalhadas, pintar nosso rostos e parar a Av. Paulista num manifesto das caras-pintadas por uma paquera segura.
É sério! Pense comigo, mulher. Você está no trânsito, linda e bela no seu carro envenenado. De repente ouve uma buzina, olha pro lado e vê um cara muito bem apessoado fazendo sinal com as mãos para que você abra o virdo manualmente. Ele parece ser bem gato. Você decide abrir mas é interrompida por um pensamente abrupto: Meu Deus, será que é paquera ou assalto? E resolve permanecer com as janelas fechadas. Ele insiste mostrando o celular para que você lhe passe seu número de telefone e talvez você até consigo fazê-lo sem abrir o vidro, mas e se for para te passar um trote mais tarde dizendo que sequestrou seu pai e vai cortar a orelha dele caso você não lhe deposite 5 mil reais nos próximos trintas minutos? Antes que possa se decidir, o farol abre e você o perde de vista.
Ou então, você está no metrô - linha verde que é melhor frequentada - e um gatinho de terno parece sorrir na sua direção. Você sorri de volta, fica tímida e vê que ele está se aproximando. Te dá aquele frio não barriga repentino, que não sentia há tempos. Seriam borboletas no seu estômago? Não, é medo. Será que ele está me seguindo? Mas continua lá, sentindo que deve dar uma chance ao acaso. Ele aproveita a multidão para pegar na sua mão... seria tão romântico se não te parecesse que ele está tentando roubar seu relógio.
Mude a situação. Você conheceu um cara que parece ser realmente interessante numa festa chata que sua amiga te convenceu a ir. Parece que ele salvou sua noite e sua vida amorosa do fracasso. O gato de oferece um drink, você está amando. Antes do primeiro gole, volta o diabinho: Ai, ai, ai será que tem um boa noite Cinderella nesse treco? Acaba dizendo que não bebe e muda de assunto. Ele diz que não está te ouvindo muito bem por causa da música alta e sugere uma conversa lá fora. Ué, ele está realmente interessado no que eu tenho para dizer ou é sequestro?
Diretas-já! Chega de insinuações e indiretas, homens do meu Brasil. Digam logo se querem tomar um café ou nossas carteiras e deixem a fila andar!